Existe Diferença entre Masterização Artesanal e Industrial?
A Masterização artesanal respeita a individualidade de cada música
A maioria dos técnicos de som, produtores musicais e artistas/músicos em geral sabem que a Masterização é essencial para garantir o nível de qualidade do produto final. No caso, o CD a ser comercializado no mercado. Mesmo com o avanço do Homestudio no mercado, competindo diretamente com os estúdios de gravação comerciais/profissionais, a Masterização continua ocupando um lugar essencial na produção de um CD.
Masterização: a última chance!
Com muitas produções feitas em Homestudio, a Masterização ganhou mais espaço e importância. Isso porque acabou se transformando na última chance de corrigir qualquer descuido da produção: tanto na parte anterior, quanto na gravação ou, na mixagem.
Se o projeto foi mixado em uma técnica de mixagem, na qual as ondas estacionárias não foram tratadas, é comum a mixagem ter falhas impressas em seu espectro sonoro. A Masterização pode recuperar o balanço natural – que é especialmente importante para produções caseiras – e levantar a produção para o nível profissional.
Mas limitar o ajuste do equilíbrio tonal a correções acústicas, correções de captação e mixagem não faria jus à grande arte da Masterização. A Masterização não é somente corretiva, mas também tem uma parte criativa, muito valorizada nos grandes estúdios de Masterização.
Masterização: aspectos técnicos e musicais
Um outro aspecto da Masterização é de levantar o volume geral da música, de forma a não prejudicar o equilibro tonal e outros aspectos musicais, como diferenças dinâmicas da música. É nesta parte que a maioria das Masterizações industriais falham.
Neste tipo de Masterização, se estabelece um preset baseado em outros trabalhos de outros clientes. Ou então baseado em uma música, que é depois aplicada a todas as faixas. Muitas vezes, ignora-se o espectro tonal ou a faixa dinâmica musical.
Quanto mais volume, melhor?
Nesse contexto, confunde-se qualidade com volume alto! Mais volume tem as suas vantagens, especialmente por causa da nossa dificuldade em ouvir frequências graves e agudas em volumes baixos. Mas deve-se respeitar os seguintes limites:
- Rock, Hardrock, Metal, Punk: até -10dBFS/RMS
- Tecno, Trance, Electro: até -10dBFS/RMS
- Pop, R’n’B, HipHop, Broadcast: até -12dBFS/RMS
- World, Chillout, Lounge: até -14dBFS/RMS
- Jazz, Bossa, Chorinho: até -16dBFS/RMS
- Música Clássica: até – 18dBFS/RMS
Masterização Artesanal
Mas a Masterização é muito mais que correção do espectro e levantar o volume geral. A Masterização Artesanal procura entender cada música dentro do CD. Também procura-se entender como as músicas se inter-relacionam.
São considerados aspectos estilísticos do trabalho, adequando as músicas às tendências gerais do mercado. Isso se torna especialmente importante se a música for tocada na rádio, junto com outras músicas do mesmo estilo.
De dentro para fora
Podemos diferenciar entre a Masterização Industrial e a Masterização Artesanal pelo modo de trabalho. A Masterização Industrial trabalha de fora para dentro. Ou seja, ela impõe um preset estabelecido a todas as músicas, sem considerar suas nuances.
A Masterização Artesanal porém, trabalha de dentro para fora. Procura-se entender a música, seu contexto dentro do CD e o seu lugar dentro do estilo geral. As decisões acabam sendo mais locais. Ou seja, cada faixa tem uma masterização diferente e pequenas falhas internas da faixa acabam sendo corrigidas.
Somente a Masterização Artesanal pode garantir que cada música alcance o seu potencial e que a integridade artística original não seja prejudicada.